Série de The Last of Us estabelece tom de fidelidade ao jogo em primeiro episódio

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Produzida pela HBO, a série de The Last of Us é baseada no jogo eletrônico de mesmo nome, lançado originalmente em 2013 pela Naughty Dog, aclamado estúdio da PlayStation.

Desde que foi anunciada, a adaptação para TV dividiu a opinião dos fãs. Enquanto alguns optaram por se manter receosos e apegados ao game, outros apoiaram a ideia e torceram para ver algo inédito da amada jornada de Joel e Ellie.

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Com a estreia do primeiro episódio no último domingo (15), a tão esperada série já mostra a que veio, estabelecendo um tom de fidelidade ao material original em um primeiro momento, mas com mudanças leves no enredo para sustentar o roteiro nessa nova mídia.

[Atenção! Spoilers do 1º episódio de The Last of Us logo abaixo]

Não pode ser em vão

Comandada pelo showrunner Craig Mazin (Chernobyl), a série apresenta um roteiro que adapta diretamente os acontecimentos do jogo, mas faz alterações e adições necessárias para gerar contexto e continuidade à narrativa – uma vez que a mídia televisiva oferece propostas diferentes de um videogame. Apesar disso, há muitas cenas que são fielmente recriadas do game, sem ao menos alterar diálogos e enquadramentos de câmera.

Assim, a sensação que o piloto passa é que The Last of Us da HBO tem o objetivo de agradar aos fãs de longa data, mas principalmente atrair um novo público que não está familiarizado com o jogo de 2013.

Ao estilo de Game of Thrones, a série conta com uma abertura de estética chamativa, que destaca o crescimento do fungo Cordyceps ao som da música tema da franquia, composta por Gustavo Santaolalla

Com cerca de 1 hora e 20 minutos de duração, o episódio começa com um ritmo lento, mas bem pensado. Com uma pegada a lá Chernobyl, a abertura mostra cientistas dos anos 1980 comentando sobre possíveis epidemias que causariam o fim do mundo como conhecemos – e uma das citadas é ocasionada pelo fungo Cordyceps, justamente o que acontece em The Last of Us. É uma maneira marcante e inteligente de dar início à trama, deixando o espectador com uma pulguinha atrás da orelha.

Então, após um salto temporal, o foco se volta para Sarah (Nico Parker), Joel (Pedro Pascal) e Tommy (Gabriel Luna), em 2003. É o dia em que a epidemia do Cordyceps começa, mas, ao contrário do game, acompanhamos Sarah durante o dia inteiro, o que abre espaço para cenas inéditas em que as primeiras indicações do fungo aparecem.

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Esses momentos pendem para uma pegada de tensão e terror (leve, porém bem-vinda), construindo gradualmente uma atmosfera de suspense – até o estopim à noite com muitas cenas com infectados, os “Corredores”, muito ágeis e barulhentos.

Vale o destaque para um excelente plano-sequência dentro do carro de Tommy, em que o trio tenta escapar da cidade, mas o caos nas ruas os separam – o que leva à tragédia com Sarah. A morte da garota, no entanto, não aproveita o potencial do formato de série e é praticamente idêntica ao jogo. A impressão é que poderia ter existido mais cuidado e tempo de tela para que a cena causasse um impacto ainda maior, tirando proveito das atuações de Parker e Pascal, que acabaram prejudicadas por um corte brusco. No entanto, a carga emocional do acontecimento prevalece, dando a reviravolta do início da história.

A caracterização dos personagens é cuidadosa, com figurinos que remetem ao visual original de cada um

Com um segundo salto temporal, a história finalmente chega ao ano de 2023. Duas décadas se passaram, e o mundo já está diferente e em clima pós apocalíptico. Joel vive agora em uma quarentena montada em Boston pelo que restou do governo dos EUA e vive de trabalhos como contrabandista ao lado de Tess (Anna Torv). E, em pouco tempo (até antes do esperado), já temos a introdução de Ellie (Bella Ramsey) e Marlene (Merle Dandridge).

A forma como os arcos dos personagens se iniciam e se conectam é levemente diferente do jogo, mas resulta nos mesmos caminhos e destinos. Ellie, por exemplo, aparece como prisioneira dos Vagalumes, grupo liderado por Marlene. Enquanto Joel e Tess estão em busca de informações sobre o paradeiro de Tommy. A princípio, tais situações podem parecer esquisitas aos fãs mais antigos, mas logo mostram que fazem sentido dentro da nova proposta. As pequenas diferenças foram criadas com cuidado, uma vez que não prejudicou a essência dos personagens em geral. Tudo se encaixa de forma natural – e funciona.

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Uma das melhores cenas do episódio, inclusive, mostra um membro dos Vagalumes se aproximando de Joel que, sem paciência, reage agressivamente e diz: “Se você me pedir para procurar pela luz, juro que te darei um soco no rosto.” Pascal entrega uma atuação brilhante de veterano durão e quieto, gerando cenas com a essência do personagem, que nem mesmo aconteceram nos jogos.

Já a Ellie de Ramsey conta com muito humor ácido e esperteza, as marcas registradas da personagem. No entanto, um dos momentos mais importantes da garota é prejudicado por uma escolha sem sentido do roteiro. Quando Ellie revela que é imune, um momento brutal em que Joel lembra a morte de Sarah e mata um dos guardas da quarentena com as próprias mãos é o foco. É um acontecimento que ressalta a brutalidade de Joel (algo importante para o universo de TLOU), mas ofusca a importância do momento para o espectador sem bagagem.

Apenas o primeiro passo

O episódio piloto cobre quase três capítulos do jogo, o que me deixa curiosa pelo que será mostrado nos próximos nove. A estreia mostra que a adaptação está em boas mãos, com um orçamento generoso da HBO – que resulta em cenas grandiosas e efeitos caprichados – e mudanças que certamente tiveram um dedo de Neil Druckmann, cocriador de The Last of Us, que participou do processo criativo do roteiro, resultando em um texto consistente e fiel em sua essência. O mesmo pode ser dito da excelente direção de Mazin, ficando nítido o cuidado do showrunner com o material original.

Agora, fica a expectativa do que está por vir. A série manterá a pegada de fidelidade nos próximos episódios? Ou veremos mais cenas inéditas que aprofundam o universo de TLOU? Só nos resta esperar para ver.

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