Médicos da SMS-SP analisam relação entre poluição petroquímica e tireoidite 

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP) está realizando um estudo, em fase inicial, que pretende avaliar se há alguma relação entre a tireoidite de Hashimoto e a poluição ambiental causada pelo Polo Petroquímico de Capuava (PPC). Dados preliminares apontam que 18,5% dos moradores vizinhos ao polo desenvolveram sintomas da doença. 

O levantamento foi realizado pela prefeitura com 3,7 mil moradores da Zona Leste, nos bairros de São Rafael, São Mateus e Sapopemba, que ficam localizados na divisa do PPC. Também participaram do estudo pessoas que vivem em bairros sem exposição aos poluentes do polo petroquímico para efeito de comparação. 

Do total de entrevistados, 687 relataram apresentar três ou mais sintomas prováveis para a enfermidade. Os voluntários passarão por exames e uma avaliação médica e, caso seja constatada a tireoidite, receberão tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

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Poluição atmosférica

Primeira fase do estudo 

De acordo com a prefeitura, a pesquisa foi dividida em três fases. Na primeira etapa, iniciada em janeiro, um questionário foi aplicado com os moradores, que foram sorteados aleatoriamente.  

Equipes de saúde coordenadas pela Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental (Dvisam), da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), questionaram aos moradores sobre a ocorrência de doenças na tireoide ou endocrinológicas e a apresentação de sintomas, como dor de garganta, rouquidão, ganho de peso e queda de cabelo. 

Segunda fase 

A segunda fase envolve qualquer familiar do entrevistado que tenha relatado três ou mais sinais relacionados ao foco do estudo. Essa pessoa seria encaminhada para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de atendimento, onde deverá comparecer no prazo máximo de 15 dias, para avaliação médica e possível coleta de exames, entre eles, TSH, T4 e anti-TPO.  

Nesta fase, se os indivíduos apresentarem resultados alterados, serão direcionados pelas equipes médicas para início do tratamento pela rede do Sistema Único de Saúde (SUS) da capital. 

Terceira fase 

Na terceira e última etapa, com encerramento previsto para o mês de abril, a SMS-SP irá realizar uma análise estatística e comparativa entre as áreas supostamente afetadas pelo polo petroquímico e áreas onde não há essa exposição, os chamados grupos de controle. 

E, se necessário, serão promovidas ações a serem definidas conforme os indicadores da pesquisa. Cabe ressaltar que o estudo também servirá de referência para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara Municipal de São Paulo em 2022, que trata da poluição no polo petroquímico. 

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CPI em andamento  

A CPI da Poluição Petroquímica busca investigar denúncias sobre a poluição e a contaminação ambiental no entorno do polo petroquímico que supostamente vem prejudicando a saúde de moradores de bairros da zona leste da capital, localizados próximos ao polo. 

A Refinaria de Capuava começou as suas operações em dezembro de 1954, com o nome de Refinaria e Exploração de Petróleo União. Em 1974,  a Petrobras incorporou a unidade e rebatizou o nome para Refinaria de Capuava.  A instalação da refinaria acarretou o surgimento de um polo petroquímico no seu entorno, formado por diversas empresas que alimentam, por exemplo, indústrias químicas e plásticas.  

O Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC), que reúne as empresas que funcionam dentro do Polo Petroquímico Capuava, informou para a imprensa que aguarda o resultado das próximas fases do estudo.  

“Ressaltamos que as 17 empresas associadas ao COFIP ABC são monitoradas constantemente e operam estritamente dentro dos padrões recomendados e exigidos pelas autoridades competentes”, disse o comitê, em nota, ressaltando que está à disposição para fornecer informações que possam contribuir para o esclarecimento do assunto. 

Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED. 


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Autor

Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), pós-graduada em Comunicação com o Mercado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e em Gestão Estratégica da Comunicação pelo Instituto de Gestão e Comunicação (IGEC/FACHA)

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