Whitebook: influenza

A gripe é uma infecção de vias aéreas superiores e inferiores causada pelo vírus influenza (tipos A, B, C e D), determinando uma síndrome respiratória aguda. Em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos falar sobre a abordagem clínica dessa condição.

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influenza

Influenza: introdução

Ocorre em surtos anuais que têm extensão variável. Esse padrão epidemiológico reflete a natureza mutável das propriedades antigênicas dos vírus influenza, e sua disseminação depende de múltiplos fatores, incluindo a transmissibilidade do vírus e a suscetibilidade da população.

O período de incubação é em torno de 1-4 dias. A transmissão pode ocorrer a partir de um dia antes do início dos sintomas até dez dias ou mais, incluindo indivíduos assintomáticos ou com doença subclínica. Pessoas com imunocomprometimento em alto grau podem excretar vírus por semanas ou meses.

O vírus também infecta animais (suínos, equinos, aves e outros), sendo espécie-específicos, mas novas cepas configuram disseminação zoonótica. A transmissão via secreções respiratórias (gotículas ou pequenas partículas de aerossol) pode ser pessoa-pessoa ou contato com animais infectados ou fômites.

O vírus da família Ortomixoviridae é envelopado, RNA fita simples com oito segmentos envoltos por capa proteica e apresenta os principais fatores de virulência, como a hemaglutinina (H, sendo H1, H2 e H3 os principais subtipos existentes em influenza A), que se liga ao ácido siálico na superfície das células do epitélio respiratório, e neuraminidase (N, nove tipos existentes em influenza A), que cliva os virions em formação, tornando-os infectantes.

Os vírus influenza B têm menor propensão à alterações antigênicas e apenas mutações na hemaglutinina foram descritos. Já o vírus influenza C causa doenças respiratórias agudas em crianças e, mais raramente, em adultos.

As maiores alterações na hemaglutinina e neuraminidase são chamadas de shifts e as alterações menores são chamadas de drifts. Os shifts estão associados à epidemias e pandemias de influenza A, enquanto os drifts estão associados a surtos mais localizados e de extensão variável.

A imunidade aos vírus influenza decorre da infecção natural ou por vacinação, sendo que a última garante imunidade apenas em relação aos vírus homólogos da sua composição.

Apresentação clínica

Principais queixas agudas (síndrome gripal):

  • Febre alta;
  • Mal-estar;
  • Astenia;
  • Mialgia;
  • Cefaleia frontal e retro-orbital;
  • Tosse;
  • Obstrução nasal;
  • Rinorreia com coriza hialina;
  • Anorexia;
  • Náuseas;
  • Odinofagia;
  • Taquicardia;
  • Lacrimejamento e/ou olhos vermelhos.

A síndrome febril não é obrigatória, mas pode aparecer de forma súbita com temperaturas entre 37,8-40°C e durar em torno de três dias. Comumente, a influenza apresenta resolução espontânea em aproximadamente sete dias, porém as manifestações clínicas como tosse, mal-estar e fadiga podem permanecer por semanas.

Pacientes não costumam apresentar alterações no exame físico, exceto por taquicardia e, em quadros mais graves, alterações na ausculta pulmonar, como estertores crepitantes, evidenciando a presença de infiltrados pulmonares.

Síndrome respiratória aguda grave:

  • Quadro grave de influenza, que pode ser causado tanto por uma pneumonia viral quanto por associação com pneumonia bacteriana;
  • Manifesta-se por:
    • Taquipneia;
    • Dispneia; 
    • Estertoração pulmonar e sibilos;
    • Dor pleurítica;
    • Dor abdominal;
    • Pode apresentar manifestações hemorrágicas.

Fatores de risco para evolução desfavorável:

  • Portadores de doença pulmonar crônica (asma,  DPOC,  fibrose pulmonar e outros);
  • Portadores de insuficiência cardíaca;
  • Portadores de doença renal crônica; 
  • Hepatopatas;
  • Diabéticos;  
  • Obesidade mórbida; 
  • Imunossuprimidos;
  • Extremos etários (> 65 ou < 5 anos, especialmente menores de 2 anos);
  • Gestantes ou puérperas (até 2 semanas pós-parto);
  • Portadores de hemoglobinopatias;
  • Portadores de alterações metabólicas (ex.: Mitocondriais) ou neurológicas (ex.: Epilepsia, AVE, retardo mental);
  • Uso crônico de Ácido acetilsalicílico em < 19 anos (risco de síndrome de Reye ).

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Autor

Graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade CEUB (Brasília – DF) ⦁ Pós-graduada em Jornalismo esportivo e negócios do esporte pela FACHA (RJ) e Comunicação em mídias digitais pela Universidade CEUB (Brasília – DF) ⦁ Editora de atualização contínua do Portal PEBMED.

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